Tão amiga sou do trabalho,
que nem sobre camas de flores
ociosamente descanso,
sem ofendê-las as piso,
e sem feri-las as pico.
De um mar de belezas sou pirata,
madrugo para roubar
as pérolas da aurora,
e no meio dos campos
publicamente furto,
mas por ladra nenhum juiz
até agora me condenou.
Sem fogo nem alambique,
industriosa alquimista,
faço uma doce quinta-essência,
sou amiga da paz e do silêncio,
e para crédito da clemência
e não posso irar sem dano,
porque, quando me vingo,
morro.
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Fui branca de nação
e mais tarde mudei de cor,
fui roubada sem ser sentida
para enriquecer meu senhor.
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Um convento bem fechado,
que não tem sinos nem torres,
com muitas freiras dentro
e todas fazendo doces.
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Qual é o animal que voa
,
sem tripas nem coração,
que dá luzença aos mortos
e aos vivos consolação.
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